A nossa insegurança de cada dia

 Todos os dias caminhamos em direção ao desconhecido, cada dia que nasce traz expectativas novas desafiando, apontando o dedo e mandando a gente ir, a gente caminhar como se fosse simples, como nós fôssemos um poço de segurança.

Seria muito bom mesmo se fosse só caminhar e caminhar...

Tem sempre aquele medo dos julgamentos, dos dedos em riste apontando para nossas fraquezas, por que será que as pessoas acertam justamente na nossa ferida aberta quando querem magoar, quando querem nos ferir?

Ah e ainda tem aqueles que brincam com as nossas inseguranças de cada dia, que faz bagunça nos nossos sentimentos apenas pra ver como é ver nossa fraqueza exposta, ah se soubessem como isso doe, expõem e fragiliza, pensariam antes de fazer troça da gente.

Posso listar aqui  as inseguranças que nos rodeiam e nos olha nos olhos, famintas por dor, por medo.

Insegurança de não agradar, de estar gorda demais ou magra demais, de não gostarem do nosso cabelo, da nossa roupa, é sempre uma insegurança nova devorando nossa sanidade.

E ainda tem aquela insegurança amorosa, por que não me ligou hoje, nem deu bom dia, por que não me respondeu, por que não me procurou para aquela conversa animada de todo dia. Ora, nem todos os dias são maravilhosos, nem todos os dias estamos dispostos, nem todos os dias o sol nasce tão radiante. Às vezes é apenas a vida acontecendo, a chuva que chegou, o ônibus que atrasou, a bateria que descarregou, a vida acontece, a vida engole tudo numa velocidade imensa. 

Não se cobre, não sofra por antecipação, não aja precipitadamente, as vezes basta uma noite bem dormida, as vezes basta o passar dos dias para sarar tudo e matar paranóias.

A insegurança corrói a alma, destrói a sanidade, expõem as nossas fragilidades e nos deixa fracos, quando digo fracos, digo que é como se nossa bateria fosse arriando, como um celular, sabe, usado o dia inteiro, parece que tudo vai se esvaindo.

Eu não sei se tem receita para evitar tudo isso, sei apenas que se conhecer e ter confiança em si mesmo já é meio caminho andado, já evita muita dor. Aceite que coisas e pessoas vem, mas também vão, que a gente não pode colocar nossa felicidade na mão de ninguém. Ninguém pode carregar tanta responsabilidade assim, nossa felicidade só depende de nós mesmos, quando enfim entendermos que o outro não carrega nossa felicidade no bolso, ai sim seremos felizes e a insegurança será apenas uma palavra no dicionário.

Edna Rodrigues

Plágio é crime

Foto: arquivo pessoal

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