Crônica de Quinta - Pra onde o mundo está caminhando?
De repente a gente
despenca ladeira abaixo e percebe o quão doente estão as pessoas, o quão estão
precisadas de amor.
De repente a gente se
vê assistindo o ódio sendo disseminado de todas as formas, é assustador
perceber que a intolerância está incrustada na carne das pessoas, que ela
viaja no sangue, é triste constatar que ela se espalha com tamanha rapidez.
De repente você percebe
que mães não podem mais sair na rua de mãos dadas com suas filhas, nem pais com
seus filhos porque carinho agora é ofensa, isso é de uma tristeza indizível.
De repente a gente tem
que aceitar que a arte agride, que ela ofende, claro que a arte tem que
incomodar mesmo, desde sempre a arte incomoda, é pra isso que ela serve, acostume-se com isso.
De repente viramos
reféns de falsos profetas que se aproveitam da fé alheia para arrecadar
dinheiro, propriedades, rebanhos inteiros, que se valem da esperança viva nos olhos das pessoas e
profanam o nome de Deus em causa própria.
De repente somos
arrastados para a idade média em pleno século XXI, época de trevas, de medo.
De repente vemos
acontecer de tudo um pouco, toda bizarrice que se pode imaginar, mal podemos
crer que estamos vivenciando tudo calados.
De repente não sabemos
mais pra onde o mundo está caminhando, assistimos a tudo de queixo caído e
olhos arregalados, porém mudos, pois por mais que gritemos ninguém nos ouvirá.
De repente tentam cessar
nossas lutas, nos arrancar direitos e nos fazem engolir doses amargas de
agonia.
De repente olhar o
futuro já não é tão reconfortante até porque não sabemos mais como chegará esse
futuro agora.
De repente a falta de
amor, a ambição, o ódio, o preconceito, o fanatismo chegaram e nos encostaram
na parede nos tirando o essencial que é nossa liberdade de ser.
De repente somos
calados, enfraquecidos e nos vemos nos debatendo para sobreviver como um
cardume de peixes fora d’água, como se alguém soubesse o que fazer, mas não
faz.
Edna Rodrigues
Plágio é crime
Imagem: Google
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