Ilusão
Me
mantenho no escuro da sala, portas fechadas.
Me
escondo.
De
quem?
De mim
talvez.
Não
posso deixá-lo entrar.
Não
abra a porta!
Tenho
medo que você veja os fios expostos, o rodapé descascado e minha alma numa poça
de saudade.
Não
quero que você veja a fraude que sou, é tão óbvio e tão patético. Não quero que
a luz se acenda e que você se depare com o rímel fazendo caminhos no meu rosto.
Apenas
olhe pela fresta, ela não te deixará ver o caos exposto na minha pele, nem a
bagunça dos meus cabelos, com certeza pela fresta não saberá quem sou
realmente, não verá o medo que me faz companhia.
Me
deixe ser ilusão.
Não
abra a porta deixe a imaginação engolir sua vontade de enxergar meu rosto
cansado, inerte.
É tão
desconcertante e tão amargo.
Me
mantenho no escuro da sala, portas fechadas.
Por
que inventei todos aqueles sorrisos que deixei escapar e depois chorei todas as
noites para aliviar o peso que meu peito insistia em carregar.
Não.
Você
não quer saber quem sou de verdade, você não ficará contente depois que a porta
se abrir.
Sou
apenas uma imensa ilusão contente-se com isso, o resto é cenário que o amor
criou e que você acreditou.
A
gente sempre acredita, não é mesmo?
Edna
Rodrigues
Imagem: Google
Plágio é crime
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