Crônica de Quinta - Cura e afins
Fico
me perguntando como alguém que não nos conhece pode saber o que é melhor pra
nós? Como uma pessoa que nunca nos viu pode determinar como podemos amar, como
devemos escolher nossos pares e se com isso estamos doentes, precisando de
“cura”?
Fico
me perguntando por que o amor incomoda tanto?
Por
que as escolhas do outro importa tanto?
Eu
ainda sou daquelas pessoas que acredita que o amor é a cura para todas as
coisas, para todas as situações. Eu acho que falta muita coisa no mundo, mas a
primeira delas é o amor.
De
repente as pessoas falam em cura, cura de quê? Pra quem?
Falam
em cura como se o amor fosse uma gripe daquelas que nos deixa de cama ou uma
febre alta, mas não, essa cura que falam tanto é para as pessoas não se amarem,
porque agora tem regras, porque agora não somos mais nós quem decidimos quem
amar, agora existem pessoas “capacitadas” para isso (sim, é o fim do mundo).
São tantas
escolhas que fazem por nós, nos fazem engolir tanta regra e agora a “cura”,
peraí, essa cura não deveria ser pra quem não aceita o outro como ele é? Não deveria
ser pra quem dissemina o ódio? Será que não estão apontando para o lado errado
essa “cura”?
Curar
o quê?
Por quê?
De onde
saiu isso?
Por que
não curar seus preconceitos arcaicos?
Por que
não curar sua visão distorcida do amor?
Por que
não curar as mazelas que o próprio ser humano cria?
Por que
não curar a homofobia?
Por que
não curar a descriminação?
Por que
não curar suas palavras de ódio?
Por que
não curar seu fanatismo religioso?
Eu ainda
sou daquelas pessoas que fica fazendo perguntas que parecem óbvias, mas que
para uma pequena parcela, não.
A cura
é necessária sim, para alguém doente, aqui estamos em pleno gozo de saúde e só
vemos doença nas suas decisões equivocadas e que nos faz regredir e perguntar
por quê?
Por quê?
Curar o
quê mesmo?
Edna
Rodrigues
Plágio é crime
Imagem: Google
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